sábado, 6 de dezembro de 2008

Revisão de conteúdos mais antigos




Olá alunos!

Bom, este post é mais para os alunos que ficaram em recuperação e farão provas na quarta ou na quinta-feiras da semana que vem.
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Para todos os alunos dos três anos, primeiramente:
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Dêem uma olhada com calma nas cinco falácias que vimos: ad hominem (ao homem, ataque pessoal), ad mesiricordiam (apelo à piedade ou à misericórdia), envenenar o poço, bola de neve, espantalho.
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Falácias são erros de argumentação. No dia-a-dia nós discutimos sobre vários assuntos: aborto, eutanásia, cotas na universidade, desarmamento, pena de morte, proibição ou não das drogas, etc. E nessas discussões nós sempre apresentamos argumentos, razões, motivos para defendermos uma certa opinião. Por exemplo: sou contra o aborto, porque penso que a mulher, apesar de ser o seu corpo, não tem o direito de eliminar outro ser (feto) sem um bom motivo, um motivo forte (por exemplo: estupro, ou numa gravidez de risco). Porque o feto é um ser vivo que precisa ser considerado moralmente. Não se pode fazer o que se quer com ele. Se alguém não concorda com esse argumento precisa apresentar bons motivos. Dizer por que não concorda comigo. Uma pessoa não pode simplesmente me xingar, me humilhar, me ofender porque penso dessa maneira. Quando ela faz isso ela comete uma falácia. E quando ela comete uma falácia ela comete um erro de argumentação. Ela erra o alvo. Ao invés de discutir o assunto ela quer ofender a pessoa e isso não é aceitável numa discussão.
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Nós podemos ser falaciosos de várias maneiras:
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Atacando o homem ao invés do argumento: Você é um idiota, cara. Como que você pode ser contra o aborto? Isso é coisa de gente burra, atrasada, que não sabe nada.
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Fazendo uma bola de neve: Começa com essa história de proibir a mulher de fazer o que ela quer com o corpo dela, daqui a pouco criam-se outras leis com mais proibições e no futuro não vamos poder fazer mais nada! (isso é uma falsa previsão exagerada baseada num pequeno fato).
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Fazendo um espantalho (mudando, deturpando) daquilo que o outro defende (ou criticando os argumentos mais fracos): Você é contra o aborto, porque você acha que os fetos são iguais a bebês! Isso é ridículo! Um feto não é um bebê, não é um ser humano, é apenas um amontoado de células! (não foi isso que foi dito; se disse apenas que se deve dar atenção ao fato de que um feto não é apenas uma coisa que se pode fazer o que se quer com ela).
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Envenenando o poço: Esse sujeito que vai criticar o aborto é uma pessoa religiosa ultrapassada, que quer que todos sigam o que a bíblia diz. Não se pode levar a sério nada do que essa fala!
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Um texto divertido falando sobre falácias é: O amor é uma falácia.
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Depois de passar as falácias discutimos um pouco sobre ética. Dissemos que a ética seria discutida como uma "reflexão filosófica sobre a moral", e que moral seria entendido como tendo a ver com "certo" e "errado". A ética seria um tipo de discussão que procuraria discutir por que uma ação é certa ou por que uma determinada ação é errada moralmente. Por que roubar é errado? Porque existe um mandamento que diz: não roubarás. Essa é uma resposta religiosa. Mas será que o tipo de resposta religiosa serve para a ética? Não. Por quê? Por vários motivos: 1) porque nem todas as pessoas são religiosas; 2) porque existem várias religiões diferentes e que possuem códigos de conduta diferentes; 3) porque essa resposta não é bem uma resposta. Ela só diz que não devemos fazer uma determinada coisa porque existe um mandamento que proíbe essa ação, ou porque existe uma vontade de um Deus que proíbe essa ação, mas isso não serve como um motivo para a ética. Isso não é um motivo racionalmente aceitável; 4) porque não basta um Deus, ou um grupo de pessoas dizerem uma coisa é errada. Essa coisa deve ser errada porque possui um fundamento e não porque alguém diz, ou acha que é errado. 5) as pessoas não devem fazer ações corretas e evitar ações erradas apenas por medo de Deus ou esperando recompensas futuras. Devem fazer ações corretas e boas e evitar ações incorretas e más porque essas ações tem um valor próprio e porque causam um dano ou um benefício para a pessoa que está envolvida na nossa ação. Posso explicar melhor qualquer um desses pontos na parte de comentários.
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Vimos ainda que um exemplo de resposta ética para uma questão: "por que não devemos matar?"; seria a A Regra de Ouro: "Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você". Essa resposta vale para todas as religiões, não precisa de um Deus, nem de ninguém que a fundamente. Ela tem um fundamento racional aceitável. É universal. Não depende da vontade de ninguém. E ela vale mesmo se o indivíduo não receber recompensa ou castigo algum no futuro.
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Sobre a liberdade também falamos um pouquinho.
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Se quiserem ler esse texto falando das diferenças entre: determinismo radical, libertismo (ou libertarianismo, como está escrito no site) e compatibilismo (ou determinismo moderado); e depois me perguntar algo, podem:
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Já esse outro texto é bem divertido falando sobre as ilusões do livre-arbítrio. Algumas pessoas acham que são livres para agir, mas será que são mesmo?Não precisam ler o texto inteiro, mas se vocês lerem acho que vão entender melhor todo esse problema entre dizer que a liberdade existe, ou que ela não existe, ou que existe um pouco, mas não é total, etc:




O resto dos conteúdos posso discutir num outro post quem sabe. Se vocês quiserem.
Bons estudos (acredito que quase todo mundo vá passar de ano! e é sério, não estou brincando).




Abraços!
prof. Daniel