Olá, em especial para os primeiros anos! 15, 17, 18!
.No último encontro discutimos um pouco sobre o destino. Mas por que fizemos isso? Por causa do capítulo do livro Mundo de Sofia que trata desse assunto. Como vocês já notaram em todo novo tópico apresentado Sofia recebe um envelope branco com algumas perguntas para que ela reflita um pouco sozinha sobre os assuntos antes de ler os textos mesmos do curso que o(a) filósofo(a) envia à ela no outro envelope, o amarelo (não serão aqueles alaranjados?). Tentamos fazer em sala de aula uma pequena discussão para ver o que vocês pensam do destino. E as respostas foram bem interessantes. Alguns disseram:
.Sim, eu acredito, pois nenhuma folha cai ao chão sem que Deus saiba, nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem o conhecimento de Deus e assim segue.
.Bom, mas aí surgia a dúvida: Somos livres? Se Deus sabe de tudo parece que não tem sentido falar em liberdade. Alguns disseram que temos o livre arbítrio, podemos escolher o bem ou o mal. Eu entendo esse argumento, mas aqui ele não se encaixa. Por quê? Porque a passagem que estamos usando é muito forte, ela diz que Deus tem o conhecimento de tudo que ocorre e que ocorrerá e que já ocorreu. Portanto nada que a gente faça será realmente livre.
.Alguns defenderam dizendo o seguinte: Deus sabe de tudo, mas o homem não sabe e por isso ele é livre. Esse é um argumento interessante, mas o que será que ele significa? Que a nossa liberdade, na realidade, é apenas uma ilusão para o homem, pois tudo que fazemos ou deixamos de fazer Deus já sabia que ia ser assim. Não é exatamente isso que estamos dizendo? Parece-me que sim. Por isso esse argumento não parece ser bom, pois o que no fundo estamos dizer é: não somos livres, apenas não sabemos disso.
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Outros colegas disseram: tem coisas que nós não temos como saber. Não temos como saber como é possível que sejamos livres, mas que ao mesmo tempo tudo já esteja pré-determinado, tudo já seja do conhecimento de Deus. Será que é um problema não termos como saber sobre isso? Sim. Por quê? Porque se não soubermos como iremos descobrir se agimos livremente ou não? E não é importantíssimo agir livremente? Uma pessoa que é obrigada a fazer uma coisa não é livre. E aquilo que ela faz de maneira obrigada não tem valor. É o agir livre que dá valor às coisas. Quem não age de maneira livre não pode ser preso. Por quê? Porque a responsabilidade pelo que fazemos ou deixamos de fazer está ligada diretamente à nossa liberdade. Ou não?
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Outros colegas disseram: tem coisas que nós não temos como saber. Não temos como saber como é possível que sejamos livres, mas que ao mesmo tempo tudo já esteja pré-determinado, tudo já seja do conhecimento de Deus. Será que é um problema não termos como saber sobre isso? Sim. Por quê? Porque se não soubermos como iremos descobrir se agimos livremente ou não? E não é importantíssimo agir livremente? Uma pessoa que é obrigada a fazer uma coisa não é livre. E aquilo que ela faz de maneira obrigada não tem valor. É o agir livre que dá valor às coisas. Quem não age de maneira livre não pode ser preso. Por quê? Porque a responsabilidade pelo que fazemos ou deixamos de fazer está ligada diretamente à nossa liberdade. Ou não?
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Quando os colegas diziam que nós temos livre-arbítrio e podemos escolher entre o bem e o mal, eu penso que esse argumento é usando contra aquelas pessoas que costumam dizer: "Como que eu posso ser livre se eu só posso escolher a Deus? Se eu escolher outra coisa estarei perdido, então isso não pode ser livre-arbítrio de verdade". É aí que vocês sempre respondem: "Ora, mas você pode escolher entre o caminho de Deus ou o caminho do outro lá, o bicho feio, o guampudo". Eu acho que aqui nessa discussão sobre liberdade e destino esses argumentos não se encaixam. Mas só para colocar um problema para os meus/ as minhas perspicazes alunas e alunos, eu diria o seguinte: Será que só há mesmo dois caminhos? O de Deus ou o do outro? E todas as outras religiões e os ateus, todos esses, então são adoradores do capeta e irão para o inferno? Será que não há muito mais possibilidades de ser feliz e viver bem com as outras pessoas? Parece que sim, não é mesmo? Que acham? Talvez isso seja se alongar demais. Fica prum próximo tema!
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Não esqueçam: leiam com muita atenção as páginas 61 - 70 do Mundo de Sofia!
Um outro exemplo de Destino é a cartomante. Que diz ler o futuro das pessoas através de algumas cartas. Gostaria que dessem uma lida no conto de Machado de Assis, A Cartomante. É muito legal, vocês vão gostar! Aí vai o link:
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Querem saber como os gregos viam o Destino? Eles falavam das Moiras! Quero saber se vocês descobrem quem eram as Moiras, quantas eram e o que faziam (para ler o texto na página tem que descer um pouco que o texto está mais abaixo de todos aqueles deuses):
Querem saber como os gregos viam o Destino? Eles falavam das Moiras! Quero saber se vocês descobrem quem eram as Moiras, quantas eram e o que faziam (para ler o texto na página tem que descer um pouco que o texto está mais abaixo de todos aqueles deuses):
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E a tragédia inevitável (não-evitável) de Édipo?! Mesmo seu pai, Laio, querendo matá-lo para se livrar da previsão feita pelo Oráculo (Templo Sagrado destinado a uma divindade grega) - o Oráculo revelou à Laio que seu filho Édipo o mataria e então Laio ao nascer seu filho pede para um servo matar a criança, porém o servo não cumpre a ordem, apenas finge que cumpre... o resto clique abaixo! A cidade de Tebas está sofrendo com terríveis calamidades por causa de um crime. Édipo, o rei da cidade, e os habitantes desejam saber o que fizeram para tantos males ocorrerem com eles. Lá pelas tantas eles descobrem! 
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Édipo Rei, escrito por Sófocles

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Édipo Rei, escrito por Sófocles
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Ótimas leituras!
.Clique no link para saber tudo sobre o Oráculo de Delfos e clique na imagem para ampliá-la: