quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Alunos analfabetos? Pressa e ignorância

Uma coisa que tenho notado entre os alunos ao vê-los fazer os exercícios é uma grande pressa. Querem ler rapidamente as questões e os trechos nos textos para logo se livrar. Saber onde está no texto, de onde até onde precisam copiar e pronto, fim da tarefa. Qual o problema com isso? O problema está em não ler com calma, procurando entender o que está lendo. Qual a conseqüência disso? Responder as questões sem entender o que acabou de escrever. E daí professor? E daí que você não sabe o que você acabou de escrever, logo você não aprendeu coisa nenhuma, não fixou nada. Isso tem conseqüências gravíssimas. Por quê? Porque você está se tornando um analfabeto funcional. O que que é isso, professor? Outra hora falarei mais sobre isso, mas por agora digo o seguinte: é alguém que mesmo sabendo ler e escrever tem muita dificuldade de compreender (ler e compreender o que leu) e redigir (escrever, produzir) textos.

Você precisa utilizar seu cérebro na hora de ler os textos, mas como se usa o cérebro? De várias maneiras, 1) ao ler um texto procurar saber se você compreende as palavras e expressões do texto; 2) ao ler um texto ver se você sabe que palavras os pronomes estão substituindo (o que é um pronome?); 3) fazer inferências (bom, se ele disse que a filha que ele foi buscar era a caçula, então há outros filhos - essa informação não foi dada, você chega a ela raciocinando sobre o texto); 4) cruzar informações (ele disse tal e tal coisa, mas agora diz essa outra coisa, isso não será uma contradição?); 5) ler ao menos os capítulos até o fim antes de começar a responder (em geral as respostas estão sempre mais a frente); 6) tentar explicar para si ou para alguém o que o parágrafo que você acabou de ler significa (o que é um parágrafo?); 7) fazer esqueminhas em folhas separadas. Por exemplo: Empédocles - Elementos básicos: fogo, ar, terra, água. Forças naturais: amor e disputa. Esse é um exemplo simples, mas posso dar outros mais adiante. 8) tentar não copiar simplesmente as coisas do texto, pois se você copia o professor não sabe se você entendeu ou não. Ele viu que você copiou, mas para ter a certeza que você compreendeu é bom escrever com as suas palavras sendo fiel ao texto (usar sinônimos, por exemplo, pode ajudar - que é um sinônimo?). Vocês conseguem fazer isso? Para conseguirem precisam treinar. Como nunca treinam não sabem. Anotem esses oito passos e tentem seguir!

Se vocês alunos raciocinassem em cima de um texto da mesma forma que fazem quando vêem novela ou ouvem uma fofoca (ou quando precisam resolver algum problema), meu deus! Seria maravilhoso! Quando vocês assistem novelas vocês ficam ativos e concentrados. Cruzam informações, fazem inferências, detectam contradições, percebem implicações, concluem, etc. Aí quando vão ler os textos parece que deixaram os cérebros em casa, descansando. O que será? Preguiça total, má vontade, desânimo, desmotivação, falta de rumo? Tudo junto?

Algum dos alunos do primeiro ano leu a recomendação do(a) filósofo(a) à Sofia ao fim do capítulo sobre Demócrito? É uma recomendação muito muito muitíssimo importante para os alunos que costumam nunca ler a "apostila" antes de vir para a sala de aula, nunca pesquisam as palavras no dicionário, ou seja, não se esforçam praticamente. Diz o seguinte na página 52, bem embaixo na página:

PS. Obrigado por sua atenção, Sofia. Talvez você tenha que ler este capítulo umas duas ou três vezes, antes de entender tudo. Mas a compreensão das coisas requer um pequeno esforço. Você não admiraria uma amiga que tem muitas habilidades se isto não custasse a ela algum esforço.

Quem não tem a "apostila" pode consultar aqui o texto:



Filme baseado no livro
Para ver trailer clique na imagem abaixo

4 comentários:

Unknown disse...

Na parte do vocabulário seria importante os alunos darem uma olhada no livro de Português na matéria chamada "Radicais e Prfixos gregos e latinos". Se vocês estudarem isso com atenção vai ajudar um monte vocês a aprender novas palavras.

Achei um link aqui com alguns:
http://itaponet.com/math/pdfs/prefsuf.pdf

Dêem uma estudada séria nisso que vocês vão começar a matar uma série de palavras que não faziam nem idéia do que seria.

Anônimo disse...

É professor o Blog tá irado, tá me ajudado bastante, Eu sempre dou uma passadinha pra ver se já tá atualizado.
E vou seguir os oitos passos pra ver se consigo entender melhor o que o filosofo quer dizer!
Até a noite...

Unknown disse...

Ana,

Que ótimo saber disso!

Qualquer dica é bem-vinda :)

Segue os passos e depois me diz se ajudou mesmo ou não. Eu acho que vocês, alunos, estão acostumado a aprender gramática separada dos textos. E aí vocês não usam o que aprenderam nas aulas de gramática na hora de ler e compreender um texto, entende? Se vocês, por exemplo, tivessem entendido bem as conjunções: mas, porém, entretanto, contudo, todavia, só que...; quando vocês lessem num texto, por exemplo: "Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante". Você sabe que algo está sendo colocado em oposição quando você lê aquele 'contudo' ali. Ele pode ser substituído por 'só que', 'mas', 'entretanto', etc. E veja que o sentido não se altera.

Então veja que jóia aprender a gramática e logo depois ir aos textos!

Bom trabalho!

Anônimo disse...

é Tem uma questão no trabalho que é nesse estilo né?? Tem que trocar as palavras mais sem alterar o sentido as frases!
É tá me ajudando bastante! ;D